terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Universidade Corporativa: uma estratégia para resultados

Treinamento e capacitação profissional nem sempre foram vistos pelas empresas como meio para obtenção dos resultados, e ainda hoje, por incrível que possa parecer, algumas delas ainda nem enxergam como tal. Muitas ainda acham que treinamento dos seus colaboradores deve ser feito em caso específico ou como mero cumprimento de normas trabalhistas, como integrações e reciclagem dos trabalhadores. Outras tantas veem os treinamentos como meio de motivação de seu pessoal ou como forma de evitar que erros ocorridos voltem a ser cometidos novamente.
Entretanto, algumas empresas, principalmente grandes empresas, já identificam que capacitação é o meio mais efetivo para garantir sua perpetuidade no mercado, passando a ser imprescindível para elas. Tão importante, que acabam por estruturar as chamadas Universidades Corporativas, verdadeiros centros de educação para seu corpo funcional.
Em uma economia globalizada, em que os mercados proporcionam pequenas margens de rentabilidade com grande exigência dos clientes e acirrada competitividade, as organizações devem apresentar um desempenho de alta performance, com oferta de produtos e/ou serviços de qualidade, com produtividade, além de garantir uma execução eficaz das atividades, reduzindo ao mínimo possível os re-trabalhos, bem como as fraquezas organizacionais. Assim sendo, a capacitação profissional passou a ser crucial para essas empresas e as Universidades Corporativas passaram a ser ferramentas estratégicas para a obtenção dos resultados desejados e o nível de serviço exigido pelo mercado.
Segundo a professora Marisa Eboli, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da Universidade de São Paulo (USP), em entrevista para a Veja.com em 15.05.09, as empresas perceberam que a preparação dos seus colaboradores não poderia ficar a cargo somente das instituições educacionais: "No cenário de economia global, em que sustentabilidade e competitividade precisam andar juntas, as empresas tomam para si as rédeas do ensino. A velocidade da informação e das descobertas em todas as áreas do conhecimento é tão acelerada que o sistema de ensino formal não dá conta das novidades". Por conta disso, grandes empresas chegam até a manter uma estrutura física à parte da empresa, com investimentos exclusivos para a Universidade Corporativa, objetivando direcionar a capacitação dos colaboradores para os objetivos organizacionais.
Mas, o investimento nessas Universidades Corporativas só se justifica elas estiverem direcionadas e alinhadas aos objetivos da empresa, caso contrário, os ganhos almejados pela empresa com esses investimentos não serão conseguidos. Dessa forma, é necessário que, ao ser desenvolvida, a Universidade Corporativa seja muito bem planejada, com seu conteúdo baseado nos problemas da empresa e no cenário no qual ela está inserida, visando tornar os colaboradores mais multifuncionais e mais preparados para o dinamismo do mercado.
Entretanto, a Universidade Corporativa para existir não necessita de grandes investimentos, como estrutura física específica para ela, palestrantes e/ou professores de alto custo, acervo bibliográfico próprio, entre outros. Para que exista, o necessário é que a empresa incorpore o aprendizado corporativo à sua cultura organizacional. Ao conseguir isso, estruturar uma Universidade Corporativa passa a ser consequência da execução das atividades de capacitação.
Como toda estratégia, a Universidade Corporativa deve se basear nas forças e fraquezas da organização e nas oportunidades e ameaças do mercado para o direcionamento de seus objetivos, pois poderá trabalhar na organização essas características da empresa e do mercado de acordo com as potencialidades dos colaboradores. O espaço para as aulas poderá ser no auditório da própria empresa ou na sala de reuniões; os professores, nada melhor que os próprios colaboradores como gerentes e diretores, com experiência de cada área da empresa, ministrando palestras e aulas de como sua área influencia todas as demais e como também é influenciada por elas e abordando os aspectos teóricos da disciplina ao cenário real da organização; e as turmas devem ser montadas de acordo com os cargos / funções de acordo com a hierarquização, para um melhor direcionamento dos assuntos a serem abordados e do nível de aprofundamento sobre eles. Por fim, para uma conotação de “universidade”, a empresa pode firmar parceria com uma instituição de ensino para a coordenação do projeto pedagógico.
Assim, sem muitos custos envolvidos, a empresa consegue se manter atualizada e convergir continuadamente a capacitação profissional aos seus objetivos e às exigências do mercado.


Dionilson J. Pinheiro Filho é administrador, Pós-Graduado em Logística Empresarial pela UNIFACS com experiência em gestão de operações logísticas (distribuição urbana, transferência, multimodais, logística interna/expedição de indústria) e gestão e implantação de processos logísticos, além de implantações de sistemas, coordenação de programas de qualidade/avaliação de clientes. Certificado como auditor interno do SASSMAQ e ministrante de cursos na área de logística.


Danilo Oliveira

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