A Empresa Junior é um ambiente propício para o desenvolvimento de lideranças empresariais e empreendedores nas universidades, visando sempre à responsabilidade social e trabalhando valores como a ética, a amizade, o profissionalismo e a inovação. Entre os objetivos de uma Empresa Junior estão promover a vivência prática de seus empresários e incentivar o relacionamento entre empresas e instituições de ensino superior.
Mas de que maneira uma Empresa Junior pode contribuir para a formação de um acadêmico do curso de Administração, especificamente? Esta foi a pergunta que Marília Cavalcanti, formanda em Administração pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), utilizou como motivação para a realização do seu Trabalho de Conclusão de Curso em 2009. O trabalho foi orientado pelo Professor Doutor Luís Moretto Neto, autor do livro Empresa Junior: espaço de aprendizagem, publicado em 2004 pela Editora Palotti.
Marília Cavalcanti participou durante um ano e meio da Empresa Ação Junior da UFSC, prestadora de consultoria na área sócio-econômica. Tendo trabalhado na área financeira da empresa logo no início do curso, afirma que foi um benefício ter antecipado o aprendizado das disciplinas obrigatórias da área financeira, que são ministradas somente entre o segundo e terceiro ano de faculdade.
Para seu Trabalho de Conclusão de Curso, a estudante entrevistou 44 empresários pós-juniores da Ação Junior, que participaram da empresa no período entre 2003 e 2008. “As respostas foram extremamente positivas e todos apontaram a participação em Empresa Junior como um grande diferencial para a carreira.
Também consideram importante a vivência em um ambiente de aprendizagem e a liberdade de tomar decisões”, afirma Marília. Quanto ao perfil dos entrevistados, 85% participaram da Empresa Junior durante a metade inicial do curso de graduação e 43% já são graduados, sendo que 80% têm entre 20 e 25 anos.
Segundo os entrevistados, entre os principais benefícios adquiridos com a participação em Empresa Junior estão: saber trabalhar em equipe, ter um bom relacionamento interpessoal, desenvolver uma visão sistêmica e ser flexível.
Nota-se que o conjunto das habilidades desenvolvidas vai ao encontro das características necessárias e essenciais ao profissional de administração. Um dos entrevistados afirma: “sentia-me parte da empresa, capaz de fazer mudanças e o que mais me fascinava era a possibilidade de testar teorias, debater pontos de vistas e aprender a ouvir e aceitar diferentes visões”.
A principal crítica acerca do ensino em Administração se dá em relação à diferença do profissional que a universidade forma e o profissional que o mercado de trabalho exige. Em muitas universidades o curso de Administração é extremamente acadêmico, e, nestes casos, os estudantes têm pouca ou nenhuma vivência prática.
A Empresa Junior é um ambiente favorável para suprir esta lacuna do currículo e também um laboratório, onde, por ter contato com as diversas áreas do curso, o Empresário Junior tem experiência suficiente para escolher aquilo em que deseja trabalhar dentro da profissão depois de formado. Um dos entrevistados afirmou que “poucos estágios oferecerem o mesmo aprendizado, participação e autonomia de tomada de decisão que a Empresa Júnior proporciona”.
O posicionamento atual no mercado de trabalho dos Empresários pós-juniores foi outro ponto analisado pelo trabalho de Marília, pois não deixa de ser uma maneira de mostrar como a vivência de Empresa Junior colaborou para a formação acadêmica deles. Atualmente, muitos atuam em empresas nacionais e internacionais, entre elas a Votorantin, Embraer e a AirBus.
Alguns também seguiram o empreendedorismo e hoje possuem negócios próprios.
Há aqueles que ainda atuam dentro do Movimento Empresa Junior, como Diego Callegari Feldhaus, que hoje ocupa o cargo de presidente da Brasil Júnior. Tais dados trazem credibilidade ao movimento júnior Catarinense, além de demonstrar as habilidades adquiridas pelos Empresários pós-juniores.
A vivência de Empresário Junior inclui trabalho em equipe, cumprimento de prazos, negociações com clientes e o contato direito com outras situações da realidade empresarial. Um estudante de administração que tenha passado por isso está mais preparado para enfrentar desafios e tornar-se um profissional mais bem formado, com capacidade de relacionar o que aprendeu na teoria com a prática. A experiência na Empresa Junior facilita o ingresso ao mercado de trabalho e a futura ocupação de cargos de liderança e de influência na sociedade.
“Acredito que a maior contribuição de minha pesquisa é instigar outros estudantes a pesquisarem sobre o tema das empresas juniores. Os dados obtidos em trabalhos como este podem contribuir muito, pois servem como um fator motivador para os atuais participantes do Movimento Empresa Júnior e para que outros graduandos tornem-se também empresários juniores”, conclui Marília.
Postado por: Rafaela Menezes
Gente que faz ou fez parte do Desafio Sebrae sabe a importancia, e da experiencia adquirida na nossa formacao.
bjssssssss
sábado, 21 de novembro de 2009
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