* Perguntas solicitadas pelo Editor da Revista Brasileira de Administração. Maio/2009
1. Em tempos de crises econômicas, globalização, como vê a questão do marketing pessoal também para profissionais liberais, como administradores?
Em situações de crise, é preciso que o profissional liberal, inclusive o administrador, se apresente com soluções inovadoras para as empresas, com idéias capazes de potencializar os negócios e promover o rightsizing ideal para cada tipo de empreendimento, adaptando as estratégias de modo a garantir o equilíbrio ótimo em cada segmento de negócio.
No mundo globalizado, onde as informações circulam livremente pela internet e as barreiras geográficas são eliminadas, o administrador deve posicionar-se como o diagnosticador de problemas empresariais e estrategista corporativo com idéias que posicionem as organizações de maneira estratégica no mercado, maximizando o negócio.
Uma frase muito conhecida diz que “em tempos de crise uns choram e outros vendem lenços” e um grande exemplo disso é o dos palestrantes e consultores que ministram cursos, palestras, treinamentos e workshops ensinando como driblar as turbulências e encontrar excelentes oportunidades de negócios em meio às crises.
A imagem por si só não basta, é preciso também conteúdo para garantir o alcance das metas empresariais, sendo necessário um espírito empreendedor para explorar as oportunidades de oferecer novos caminhos durante as crises.
Por isso, o administrador precisa projetar a imagem positiva de um profissional bem preparado com qualidades que o destacam da maioria, sem negligenciar o conteúdo intelectual e científico que, aliado à experiência, é capaz de se traduzir em soluções e resultados.
2. Em relação a países como EEUU e da Europa, como vê o marketing pessoal comparativamente com o Brasil?
Eu acredito que o marketing pessoal é uma ferramenta muito menos utilizada no Brasil do que nos países mais desenvolvidos. Como exemplo disso, os grandes profissionais europeus e norte-americanos, tanto da Administração quanto de outras áreas, são vistos no cenário nacional como autoridades mais notórias do que os próprios gestores brasileiros que, apesar de publicarem grandes livros, ainda não há teóricos brasileiros da Administração, que desenvolvam uma forma legitimamente brasileira de administrar uma empresa.
Falamos muito em nomes como Peter Drucker, Philip Kotler, Jack Welch, Lee Iacocca entre outros, mas não fazemos menção alguma aos nomes dos profissionais brasileiros pelo fato de não utilizarem a ferramenta do marketing pessoal tanto quanto os europeus e norte-americanos para se projetarem como grandes gestores.
Além disso, a competitividade nos Estados Unidos e Europa é muito maior do que no Brasil, pois desde crianças aprendem a competir e exigir o máximo de si mesmos, lutando até a exaustão para conquistar uma posição e não perdê-la para outro. Por isso, desenvolvem o seu marketing pessoal apresentando qualidades como a capacidade de competir, de cooperar, de trabalhar em equipe, de gerar resultados, de comunicação etc., tão exigidas hoje pelas empresas nacionais.
3. Que recomendações faz em relação ao perfil de pessoas que devem fazer uso do marketing pessoal?
As pessoas devem primeiramente entender que o marketing não é propaganda, ou seja, não se refere somente à divulgação da imagem do produto, marca ou empresa, mas na utilização dos 4 P’s (produto, preço, promoção e ponto de venda), ou seja, no desenvolvimento de um produto, definição do seu preço, escolha dos meios de comunicação e decisão sobre os canais de distribuição.
Isso quer dizer que o profissional de excelência deve se comportar como um produto que atenda às necessidades da empresa, apresentando qualidades que o habilitem a potencializar um negócio (como as elencadas no final da questão anterior), buscando formação acadêmica e profissional que lhe proporcione uma remuneração digna e equivalente às suas competências, sendo capaz de realizar uma comunicação eficaz de seu perfil junto às empresas, e decidindo o tipo de negócio que pretende desenvolver ou ramo em que deseja trabalhar.
Para isso, a pessoa precisa demonstrar tranquilidade, transparência e qualidades de caráter para comunicar suas competências durante uma entrevista. Além disso, o currículo deve conter as informações relevantes para a disputa de uma vaga, eliminando dados que não importam para a empresa.
Finalmente, a qualidade da imagem do profissional deve estar aliada às suas competências, pois apenas a imagem não constrói resultados, e sim um conjunto de habilidades e experiências.
Por Guilherme Junqueira de Farias e Michael Jullier Gama Alves
http://www.administradores.com.br/artigos/marketing_pessoal_no_mundo_globalizado/30385/
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postado por Mauro Martins, as 22:17 em 28/11/2009
sábado, 28 de novembro de 2009
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